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@VivoDeCinema 2017 por MICHAEL MATOS. 

Hacksaw Ridge 10

(Br: Até O Último Homem)

Dirigido por Mel Gibson, o longa apresenta a história real de Desmond T. Doss (Andrew Garfield), um voluntário jovem americano que se dispõe à servir seu país durante a segunda guerra mundial, se recusando a pegar em uma arma devido à sua religião cristã, Doss acaba provocando um conflito interno entre seus comandantes, apelando para servir como socorrista com um único objetivo, salvar o máximo de vidas possíveis. O filme traz uma narrativa bem estruturada no primeiro ato, a construção dos personagens é retratada de maneira parcialmente eficiente, algumas introduções tem um caráter interessante que é mal aproveitado durante boa parte do ato final, como a relação amorosa entre Dorothy Schutte interpretada pela atriz Teresa Palmer, que conduz bem sua carga dramática, mas não chega perto de ser efetivamente memorável quando se espera algo á mais dela, Vince Vaughn cumpre o seu papel, o segundo ato, onde a acontece a esperado conflito entre o exército americano e japônes (o local se chama "Hacksaw Ridge" ,título original do longa.) tem um cenário muito bem construído, as cenas de ação retratam o que o longa tem de melhor, tirando os velhos clichês, impregnados e saturados pelo gênero, Hacksaw Ridge ganha peso por reconstruir uma história dramática de um herói da vida real, com situações intensas que te fazem refletir sobre a postura do personagem diante de suas convicções. NOTA: 7,1

Fences 9

Arrival 8

Manchester By The Sea 7

Elle 6

Captain Fantastic 5

Hell or High Water 4

Nocturnal Animals 3

The Handmaiden 2

LA LA LAND 1

TOP10 2016

(Br:  Um Limite Entre Nós)

(Br: A Chegada)

Manchester by The Sea é um filme sobre perda, sobre a fase do luto e seus reflexos gradativos pós esse período, a história retrata a vida de Lee Chandler interpretado magnificamente pelo ator Casey Affleck, que é obrigado a retornar sua antiga cidade após o falecimento do seu irmão Joe (Kyle Chandler) para cuidar do seu sobrinho Patrick (Lucas Hedges), a narrativa do filme vai se desmembrando em etapas, precisamente por recordações de Chandler, desde momentos com seu sobrinho e seu irmão até na relação com sua ex esposa Randi (M.Williams) e filhos, o filme é muito bem construído e bem orquestrado com as fases transitórias dos personagens e suas emoções, Michelle Williams também rouba a cena, literalmente em seu papel como Randi, é quase impossível não se convencer da sinceridade de sua interpretação, o longa apresenta uma cinematografia que combina com seu clima, e acerta nas composições sonoras tornando a obra bem além da estética dramática proposta. NOTA 8,0

(Br: Manchester à Beira Mar)

Isabelle Huppert é Michèle Leblanc, uma executiva de sucesso na indústria de games que tem sua vida retrada pós um estrupo em sua própria casa, curiosamente Leblanc não faz denúncia a polícia e parte para uma "investigação pessoal" sobre quem a abusou, mas o filme não se resume ao suspense-drama inicialmente introduzido ao telespectador, ele apenas utiliza essa premissa para demonstrar a força da personagem antes de apresentar suas relações na vida profissional e na sua vida familiar, tudo gira em torno de Leblanc que conduz o ritmo da história, tudo isso graças a interpretação muito bem feita de Huppert, que assume o protagonismo ditando as emoções de sua personagem entre diálogos bem construídos com seu ex marido Richard ( Charles Berling) e com seu filho Vincent (Jonas Bloquet), ainda com uma dose dramática carregada entre suas relações passadas e atuais com seu pai e sua mãe Irène (Judith Magre), respectivamente, do seu caso com o marido de sua melhor amiga Anna (Anne Consigny), além de sua atração pelo vizinho Patrick (Laurent Lafitte). "Elle" é um filme de várias faces, cuidadosamente sistemático, e funciona muito bem. NOTA 8,1

(Br: Elle)

Conduzindo bem a trama, Viggo Mortensen dita o ritmo de Captain Fantastic, é através dele , com o seu personagem "rebelde consciente" Ben Cash , que conseguimos enxergar toda a resistência de um pai de 3 crianças e 3 adolescentes, faz para educar, ensinar e cuidar de 6 filhos fora da civilização, empregando espírito aventureiro e uma rígida e disciplinar vida. Tudo isso com muitas leituras, debates , ensinamentos e a uma palavra chave para toda essa estrutura, a autossuficiência, tudo começa a declinar quando sua esposa Harper (Kathryn Hahn), sofre de um transtorno psicológico e Ben precisa resolver problemas sociais conflitantes. Dirigido por Matt Ross, o longa tem um desenvolvimento cuidadoso e consegue transferir para o espectador, todas as nuances de sua abordagem, por vários momentos do longa esses aspectos condicionam a questionamentos e a figura do protagonista oscilando entre conceitos morais, de justiça e razão, tudo isso sob o olhar de outros personagens secundários, que ajudam a consolidar de forma eficaz a trama e a maneira que ela explora o seu roteiro, é simples, autêntico, com boas doses de drama e humor misturados. NOTA 8,3

(Br: Capitão Fantástico)

Com ótima fotografia, Hell or High Water tem ambientação western perfeita, além de cenas de ação sem uso de efeitos excessivos, que faz do longa, uma obra com um material de maior naturalidade. Além dessas combinações, que faz jus a proposta de produção, atrelado ao bom roteiro e elenco, consequentemente acaba resultando em um filme surpreendentemente bom para os dias atuais. A história fala de dois irmãos, que depois de um longo tempo separados, se reencontram com a necessidade de conseguir dinheiro para não perder as terras de família, para isso eles resolvem cometer assaltos a pequenas agências no interior do Texas (EUA) paralelo a isso, o Xerife Marcus (Jeff Bridges) está prestes a se aposentar e quer terminar a carreira com um grande caso, para isso ele tem como parceiro e auxiliar, Alberto (Gil Birmingham), e é quando os caminhos das duas duplas estão traçados, que se estabelece a trama, a narrativa, os diálogos, a trilha sonora, tudo contrasta bem com os ideais internos de cada personagem, e a maneira com que lidam com as escolhas e a convivência com seu presente e passado. Destaque para Jeff Bridges e Bem Foster como Tannar. Um filme que não usa a ação desmedida, nem a violência sem propósito como pano de fundo, pelo contrário, sabe ditar muito bem a profundidade dos seus personagens e os reflexos que os atormentam em suas vidas. NOTA 8,6

(Br: A Qualquer Custo)

Existem roteiros inteligentes, simples e eficientes, aqui temos as três definições para uma única produção, Nocturnal Animals entra no íntimo mais profundo de seus personagens e os expõe de maneira exemplar, todas as dúvidas e certezas estão colocadas na mesa e são construídas de maneira ímpar e gradual. No longa, somos apresentados a Susan (Amy Adams), uma personagem de sucesso profissional como galerista que vive uma crise em seu casamento, encarando uma distância de seu esposo (Armie Hammer), no inicio da trama Susan recebe um manuscrito com autoria de Edward (Jake Gylenhaal) seu primeiro marido, que não tem contato á mais de 10 anos, curiosa, começa a leitura e logo se depara com a tensão da história, onde um homem leva sua esposa e filha para uma viagem de carro, e no caminho se deparam com uma gangue que os ameaça. A grande sacada do longa é traçar todos os conflitos paralelos da história que a personagem principal vive, com a história que ela lê, dando sentido ás suas próprias dores, mágoas e arrependimentos, Jake Gylenhaal mais uma vez vai muito bem, ganhando destaque no elenco junto de Amy Adams. Nocturnal Animals, é um filme envolvente, intenso e profundamente incisivo.

NOTA 9,2

(Br: Animais Noturnos)

(Br: A Criada)

Chegamos ao mágico, ao inesperadamente belo e nostálgico, uma obra prima que faz homenagem á outras obras primas do passado, conseguindo ter originalidade e criando um marco na história atual do cinema. La La Land tem a direção do jovem diretor e premiado Damien Chazelle, e aqui ele mostra toda sua capacidade e potencial com um primor técnico de raríssima exceção, existem diversas cenas nesse longa que são extremamente complexas sem uso de recurso digital como em grandes produções, o elenco em cena é outra prova de dedicação e engajamento do projeto que o diretor guardou por 7 anos, até conseguir um financiamento de US$ 30 milhões para rodar o longa. (o detalhe é que pra determinados ensaios, Chazelle tirou de seu próprio bolso, buscando obter melhores resultados.) O roteiro de La La Land é simples, mas é eficiente perante a proposta do filme, de fazer uma homenagem e ao mesmo tempo, reinventar um gênero quase extinto (Musical). A história cruza dois jovens e seus dois sonhos distintos, na cidade dos sonhos, Los Angeles (EUA) Mia (Emma Stone) e  Sebastian (Ryan Gosling), ela, aspirante a atriz, ele, sonha em abrir um clube de Jazz, tudo isso com um contraste colorido e melancólico retrato das nossas vidas e a eterna busca pela felicidade, até onde nossos sonhos podem nos levar?! Eles simbolizam de fato, o que mais importa?! São nessas questões que La La Land nos convida a refletir, com uma das trilhas sonoras mais belas da história da sétima arte, tudo aqui é minimalista, mas de fato não é para o grande público, não é para essa geração que consome o superficial e abdica do introspectivo, do clássico romance lírico, La La Land pode ser definido como otimista dependendo do ponto de vista, mas não deixa de manter os pés no chão na hora de retratar todas as escolhas que fazemos e a consequência dos caminhos que somos levados, aqueles que nos marcam para sempre. NOTA 10

(Br: La La Land- Cantando Estações)

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